A disfunção sexual feminina é um fenômeno frequente. Resultados da Pesquisa Nacional de Saúde e Vida Social (NHSLS) mostram que entre 30 e 50% de mulheres americanas têm algum tipo de disfunção sexual. No Brasil, o Estudo da Vida Sexual do Brasileiro (EVSB), no qual foram pesquisadas 3.148 mulheres em 18 cidades, observou que 51% delas referiam alguma disfunção sexual.
As causas de disfunção sexual nas mulheres são multifatoriais, envolvendo aspectos físicos, psicológicos, sociais ou até mesmo sendo de causa desconhecida. As mais apontadas na literatura são a idade (acima de 44 anos), o déficit de estrogênio pela menopausa, as cirurgias vaginais, as disfunções sexuais do parceiro, a crença religiosa, o desemprego e uma baixa percepção da qualidade de vida.
De acordo com o Second International Consultation on Sexual Medicine: Sexual Dysfunctions in Men and Women (2004), as disfunções sexuais femininas são classificadas como:- Transtorno do desejo/interesse sexual: Ausência ou diminuição da libido.
- Transtorno de excitação sexual: Excitação insuficiente e/ ou inadequada, sesação de congestão genital e lubrificação diminuída ou ausente.
- Transtorno orgásmico: Retardo ou ausência recorrente do orgasmo após uma fase normal de excitação.
- Dispareunia: Dor recorrente ou persistente durante ou após o intercurso sexual.
- Vaginismo: Espasmo involuntário dos músculos que circundam a vagina, impedindo qualquer penetração.
- Transtorno de aversão sexual: Extrema ansiedade e/ ou desgosto diante da perspectiva ou da tentativa de ter uma atividade sexual.
A fisioterapia atua na saúde íntima da mulher; buscando o fortalecimento e relaxamento do assoalho pélvico e com isso visa melhorar a vida sexual da mulher. Através da eletroestimulação, (uma sonda ligada a um aparelho que emite correntes elétricas), cones vaginais (dispositivo com pesos diferentes que é introduzido na vagina e busca fortalecer o músculo), exercícios de contração e relaxamento conseguimos o trabalho de fortalecimento chamado de musculação íntima, indicado para quem tem problemas de flacidez muscular na região do períneo (região entre a vagina e o ânus) e que deve ser indicado e acompanhado por profissionais.
Na terapia, a fisioterapeuta irar contar com o auxílio do biofeedback, treinamento realizado com instrumentos que monitoram a contração muscular e estimulam a contração através de eletrodos inseridos no canal vaginal. Tem como objetivo: Reeducação muscular, aumentar a capacidade de o músculo gerar força, estímulo do nervo motor, aumento da carga funcional e entre outros.
Através destes aparelhos é possível o paciente tornar consciente a atividade da musculatura perineal e com isto realizar o treinamento do assoalho pélvico de forma mais efetiva. Uma vez que é possível avaliar o tempo de sustenção da contração, o tempo de relaxamento e a intensidade da contração e do relaxamento.
A cinesioterapia se torna uma opção terapêutica interessante que deve ser utilizada paralelamente.
A eletroterapia com o objetivo de promover contração muscular está indicada em mulheres que apresentam incapacidade de contração do assoalho pélvico.
O que é Assoalho Pélvico?
Os músculos do assoalho pélvico (MAP), são constituidos por agrupamentos musculares identificados como diafragma, pélvico e urogenital. O Diafragma Pélvico consiste dos músculos levantadores do ânus e coccígenos e das fáscias que cobrem a sua face superior e inferior. O Diafragma Urogenital consiste dos músculos ísquio cavernoso, bulbo esponjoso, transverso superficial e profundo períneo ( Stephenson e O’ Connor, 2004).
O assoalho pélvico é uma lâmina muscular composta de múltiplas camadas que se estende entre a púbis e o cóccix, formando o suporte inferior da cavidade abdomino-pélvica. O assoalho pélvico é perfurado pela uretra, vagina e reto. O principal músculo do assoalho pélvico é o múculo pubociccígeo (Colby e Kisner, 1992)
A importância da tonificação do assoalho pélvico:
- ajuda na sustentação do útero e o conteúdo pélvico;
- desenvolver consciência de diversos graus de contração e relaxamento;
- um assoalho pélvico saudável e tonificado pode se reparar mais rapidamente após o parto;
- ajuda a evitar a episiotomia;
- melhora da sensibilidade da vagina, resultando em aumento da satisfação sexual;
Com os exercícios e a estimulação na terapia, a paciente irar conhecer melhor o seu corpo com isso sentirar mais confiança e prazer no ato sexual. É importante contar com a orientação de um profissional, evitando que o exercício seja feito incorretamente.
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