Conhecido popularmente como derrame, o Acidente Vascular Cerebral (AVC) é a principal causa de morte no País. A última atualização de dados sobre a doença, levantada pelo Ministério da Saúde, revelou que em 2009 a patologia matou aproximadamente, quatro pessoas por dia só em Goiás. No País, morrem por ano uma média de 70 mil pessoas enquanto 2/3 dos vitimados se recuperam, mas sofrem algum tipo de incapacitação física ou mental. A doença que acometeu o técnico do Vasco, Ricardo Gomes, no domingo passado (28/08) durante um clássico do futebol carioca, ocorre com maior frequência em adultos e idosos, mas apresenta fatores de risco variados que podem ser prevenidos.
Entre os fatores que podem levar a obstrução ou ruptura dos vasos que levam sangue ao cérebro, o médico neurologista Marco Túlio Pedatella, sub-especialista em neurologia vascular, chama atenção para aqueles que contribuem para o aparecimento da doença e podem ser modificados se diagnosticados e tratados precocemente. Como exemplo ele cita hipertensão, diabetes, obesidade, colesterol alto, tabagismo, álcool e sedentarismo.
"Hoje já existem exames para saber se o paciente tem um aneurisma cerebral, por exemplo, assim como também para avaliar os fatores de risco cardiovasculares (coração) e carotídeo (artérias e veias) e assim tratá-los antes que o quadro se agrave, evitando sequelas e óbitos", esclarece o neurocirurgião dr. Sandoval Inácio Carneiro, presidente da Sociedade Goiana de Neurocirurgia (SGN).
Há também os fatores considerados imodificáveis, que são aqueles relacionados a idade, sexo, raça e à herança genética. No entanto, doutor Sandoval alerta ser possível fazer a prevenção desses fatores, controlando-os através de consultas médicas frequentes, que possibilitam ao profissional específico, quantificar os riscos e trata-los precocemente. "Normalmente os sintomas são agudos, súbitos, e aparecem sem sinal algum. Porém, em alguns casos existe os sinais de alerta, que são os chamados "Ataques Isquêmicos Transitórios", em que o paciente tem déficit motor, como fraqueza no braço, no rosto ou perna, que pode durar de poucos minutos a horas. Pode haver também a perda parcial da visão, dificuldade ou perda da fala, transitoriamente, ou a chamada cefaleia sentinela, em que o paciente sente dor de cabeça forte há poucos dias ou horas antes do ataque", explica.
O AVC ainda causa preocupação por ser a patologia que mais deixa sequelas incapacitantes. Segundo doutor Marco Túlio, as mais comuns são a diminuição ou a perda dos movimentos ou sensibilidade de pernas e braços. A dificuldade para falar, entender, escrever e engolir alimentos também acometem os vitimados assim como alterações na visão. Porém, o neurologista assegura ser possível reduzir a possibilidade de sequelas caso o paciente seja medicado por um especialista até quatro horas e meia após o aparecimento dos sintomas.
O médico explica que pacientes que sofreram AVC classificado como isquêmico, o mais comum que é aquele causado pelo entupimento dos vasos que levam sangue ao cérebro têm a possibilidade de usufruir de uma única droga para minimizar as consequências desfavoráveis. Além da medicação de emergência, o médico avalia como fundamental que, posteriormente, o paciente seja submetido a uma bateria de exames para que o profissional especialista identifique o tratamento mais adequado para o caso específico. Já no AVC do tipo hemorrágico quando ocorre rompimento de uma artéria cerebral, provocando sangramento no cérebro o neurologista afirma que ainda não há nenhum tipo de medicamento que possa provocar efeito semelhante ao adotado no caso isquêmico. Mas alerta que deve ser investigado, por meio de exames, qual o tratamento mais adequado a ser adotado.
Ambos especialistas são unânimes em considerar a prevenção, a melhor forma de tratamento. "A modificação dos hábitos de vida e o controle adequado da pressão arterial e diabetes, somados à prática de atividade física regular e dieta saudável, com redução do álcool e rompimento do tabagismo, é o melhor remédio", aponta dr. Marco Túlio Pedatella. Dr. Sandoval reforça ainda que quanto menor o intervalo entre o aparecimento dos sintomas e o início dos tratamentos por profissionais capacitados, melhores serão os resultados.
Fonte: Diário da manhã, Iporá-GO
“ E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” ( Romanos 12:2).
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