Há quatro anos, a agência reguladora americana FDA, similar a ANVISA, mostrou suas intenções em aprimorar as normas para os protetores e agora cumpre o anúncio.
O objetivo é atender as exigências modernas de segurança e efetividade do produto. Mas (como para tudo que envolve indústria e produção) há um período de adaptação de um ou dois anos e as medidas são americanas.
Por isso, em vez de esperar a adaptação de todos os produtos à proteção necessária, adapte-se você aos protetores comercializados atualmente.
Qual fator de proteção deve ser escolhido? O protetor 60 é muito melhor que o 30? Os produtos são seguros? Por que a incidência de melanoma tem aumentado desde que o protetor solar tornou-se popular?
As medidas levantam todas essas discussões. Apesar de nunca terem deixado de ser assunto, é preciso enfatizar que os raios ultravioletas estão intensos mesmo quando não há sol.
Os dois tipos de raios ultravioleta causam efeitos diferentes: o UVB, queimadura e câncer de pele, e o UVA é responsável pelo envelhecimento precoce da pele e também por câncer. Os fatores dos produtos atuais refletem somente a proteção contra os raios UVB - quanto mais alto o fator, maior o tempo que pode permanecer no sol sem se queimar.
Mas há duas ressalvas importantes. Primeiro, as avaliações do fator são baseadas em testes de laboratório e não na quantidade que os consumidores normalmente utilizam. Um adulto deve aplicar cerca de três colheres de sopa de creme a cada duas horas, dizem especialistas. Mentalize como você se protege.
Os raios UVA, que representam mais de 95% da radiação solar que atinge a terra, não figuram na classificação do fator. A frase “ampla proteção” encontrada nos rótulos destina-se a indicar a proteção contra os raios UVA, mas não há classificação numérica para a eficácia do produto.
Sob as novas regras, os produtos rotulados com essa proteção ampla terão que oferecer proteção igual contra UVB e UVA, e apenas em produtos com fator 15 ou mais será permitido alegar proteção contra o câncer e envelhecimento precoce da pele – porque foram esses os resultados dos testes.
Ao adquirir o seu produto, certifique-se de que há ampla proteção. Os dermatologistas sugerem a escolha do fator de 30 a 50. Não há nenhuma evidência de que qualquer coisa acima de 50 seja melhor.
Aplique o filtro solar antes da exposição e reaplique-o duas horas depois. E mesmo se o rótulo afirmar que o protetor solar é resistente à água, não se esqueça de reaplicá-lo após nadar ou suar muito.
O aumento dos casos de melanoma levou a temores de que os protetores solares, ao permitirem que as pessoas permaneçam mais tempo ao sol, tenham se tornado responsáveis pelo aumento de exposição à radiação UVA. Um histórico de queimadura solar é fator de risco para esse tipo de câncer, cinco queimaduras por década podem aumentar o risco cerca de três vezes.
Proteção redobrada
O melhor conselho é ficar completamente longe do sol do meio dia e cobrir-se com roupa, chapéu e guarda-sol durante o resto do tempo exposto, mesmo se estiver nublado. Nuvens não bloqueiam os raios nocivos. Tenha em mente que a radiação ultravioleta é refletida pela areia e água, intensificando a exposição mesmo se você estiver protegido por um guarda-sol.
Roupas comuns fornecem proteção solar quando estão secas (quanto mais apertado o tecido, melhor), mas pouca ou nenhuma proteção quando molhadas. Roupas próprias para proteção funcionam bem molhadas ou secas – é um investimento sábio para as crianças que tendem a permanecer dentro ou em torno da água por horas. E não importa o quão encoberto estiver, não se esqueça de aplicar protetor solar no rosto, orelhas, pescoço e mãos.
Além disso, mantenha em mente que alguma exposição ao sol é necessária para manter um nível saudável de vitamina D. Os dermatologistas sugerem, para pessoas de pele clara, uma exposição de 15 minutos duas ou três vezes por semana, não em horários em que os raios são mais fortes. Pessoas de pele escura necessitam de mais tempo de exposição.
Em suma, protetores com fator abaixo de 15 e sem ampla proteção, só ajudam a prevenir as queimaduras.
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