“ E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” ( Romanos 12:2).

sábado, maio 07, 2011

O que é o tabagismo?

Conceito: tabagismo é o hábito de fumar adquirido por uma pessoa. Por motivos diversos, a pessoa começa a fumar, mas com o tempo aparece a dependência física à nicotina. Estímulos sociais, culturais e comportamentais também reforçam seu hábito e determinam a dependência psicológica ao tabaco.
A dependência à nicotina é semelhante a outras drogas como cocaína, heroína, morfina etc., constituindo um problema médico que requer um tratamento específico.
Desde 1992 a Organização Mundial da Saúde, na Classificação Internacional de Doenças (CID), catalogou o tabagismo como "uma desordem mental e de comportamento em razão da síndrome da dependência à nicotina".

Causas do tabagismo

A nicotina é a principal causadora da dependência do cigarro. Ela é encontrada em todos os derivados do tabaco (charuto, cachimbo, cigarro de palha, cigarros comuns, etc.) é a droga que causa dependência. Esta substância é psicoativa, isto é, produz a sensação de prazer, o que pode induzir ao abuso e à dependência. Ao ser ingerida, produz alterações no cérebro, modificando assim o estado emocional e comportamental dos indivíduos, da mesma forma como ocorre com a cocaína, heroína e o álcool.
Com a ingestão contínua da nicotina, o cérebro se adapta e passa a precisar de doses cada vez maiores para manter o mesmo nível de satisfação que tinha no início. Esse efeito é chamado de tolerância à droga. Com o passar do tempo, o fumante passa a ter necessidade de consumir cada vez mais cigarros. De tal forma que, a quantidade média de cigarros fumados na adolescência, nove por dia, na idade adulta passa a ser de 20 cigarros por dia. Com a dependência, cresce também o risco de se contrair doenças crônicas e debilitantes, que podem levar à invalidez e à morte.

Consequências do tabagismo

Muitos estudos desenvolvidos até o momento evidenciam sempre o mesmo: o consumo de derivados do tabaco causa quase 50 doenças diferentes, principalmente as doenças cardiovasculares (infarto, angina,derrame) o câncer e as doenças respiratórias obstrutivas crônicas (enfisema e bronquite).

Além disso, esses estudos mostram que o tabagismo é responsável por:

  • 200 mil mortes por ano no Brasil (23 pessoas por hora);
  • 25% das mortes causadas por doença coronariana - angina e infarto do miocárdio;
  • 45% das mortes causadas por doença coronariana na faixa etária abaixo dos 60 anos;
  • 45% das mortes por infarto agudo do miocárdio na faixa etária abaixo de 65 anos;
  • 85% das mortes causadas por bronquite e enfisema;
  • 90% dos casos de câncer no pulmão (entre os 10% restantes, 1/3 é de fumantes passivos);
  • 30% das mortes decorrentes de outros tipos de câncer (de boca, laringe, faringe, esôfago, pâncreas, rim, bexiga e colo de útero);
  • 25% das doenças vasculares (entre elas, derrame cerebral).

O tabagismo ainda pode causar:

  • Impotência sexual no homem;
  • Complicações na gravidez;
  • Aneurismas arteriais;
  • Úlcera do aparelho digestivo;
  • Infecções respiratórias;
  • Trombose vascular.
Tratamento do tabagismo

1 - Abordagem Cognitivo-Comportamental:

É uma abordagem que combina intervenções cognitivas com treinamento de habilidades comportamentais, e que é muito utilizada para o tratamento das dependências. Esse tipo de tratamento geralmente é feito por psicólogos ou médicos treinados. Os componentes principais dessa abordagem envolvem: 1) a detecção de situações de risco de recaída; 2) o desenvolvimento de estratégias de enfrentamento. Dentre as várias estratégias empregadas nesse tipo de abordagem, temos, por exemplo, a auto-monitoração, o controle de estímulos e o emprego de técnicas de relaxamento. Em essência, esse tipo de abordagem envolve o estímulo ao auto-controle ou auto-manejo para que o indivíduo possa aprender como escapar do ciclo vicioso da dependência e a tornar-se assim um agente de mudança de seu próprio comportamento.
   
Os estudos mostram que, qualquer que seja a duração dessa abordagem, há um aumento da taxa de abstinência, ou seja, do tempo que o indivíduo fica sem fumar.
Diante disto, quanto maior o tempo total da abordagem cognitivo- comportamental maior será o tempo em que o indivíduo ficará sem fumar teoricamente.

2 - Tratamento Farmacológico (ou medicamentoso):

O tratamento medicamentoso pode ser utilizado como um apoio, em situações bem definidas, para alguns pacientes que desejam parar de fumar. Esse tratamento tem a função de facilitar a abordagem cognitivo-comportamental, que é a base para parar de fumar.
   
Existem, no momento, algumas medicações de eficácia comprovada na cessação de fumar. Esses medicamentos eficazes são divididos em duas categorias: medicamentos nicotínicos e medicamentos não-nicotínicos.
   
Os medicamentos nicotínicos, também chamados de Terapia de Reposição de Nicotina (TRN), se apresentam nas formas de adesivo, goma de mascar, inalador e aerossol. As duas primeiras correspondem a formas de liberação lenta de nicotina, e são, no momento, as únicas formas disponíveis no mercado brasileiro. O inalador e o aerossol são formas de liberação rápida de nicotina e ainda não estão disponíveis em nosso mercado.
   
Os medicamentos não-nicotínicos são os anti-depressivos bupropiona e nortriptilina, e o anti-hipertensivo clonidina. A bupropiona é o medicamento de eleição nesse grupo, pois segundo estudos científicos, é um medicamento que não apresenta, na grande maioria dos casos, efeitos colaterais importantes.
   
A TRN (adesivo ou goma de mascar) e a bupropiona são considerados medicamentos de 1ª linha, e devem ser utilizados preferencialmente. A nortriptilina e a clonidina são medicamentos de 2ª linha, e só devem ser utilizados após insucesso das medicações de 1ª linha.

Critérios para utilização do tratamento medicamentoso:

  • Para prescrição de apoio medicamentoso, sugerimos critérios de acordo com o grau de dependência física da nicotina:
  • Fumantes pesados, ou seja, que fumam 20 ou mais cigarros por dia;
  • Fumantes que fumam o 1º cigarro até 30 minutos após acordar e fumam no mínimo 10 cigarros por dia;
  • Fumantes com escore do teste de Fagerström, igual ou maior do que 5, ou avaliação individual, a critério do profissional;
  • Fumantes que já tentaram parar de fumar anteriormente apenas com a abordagem cognitivo-comportamental, mas não obtiveram êxito devido a sintomas da síndrome de abstinência;
  • Não haver contra-indicações clínicas.
Prevenção do tabagismo

Pesquisas entre adolescentes no Brasil mostram que os principais fatores que favorecem o tabagismo entre os jovens são a curiosidade pelo produto, a imitação do comportamento do adulto, a necessidade de auto-afirmação e o encorajamento proporcionado pela propaganda.
Noventa por cento (90%) dos fumantes iniciaram seu consumo antes dos 19 anos de idade, faixa etária em que o indivíduo ainda se encontra na fase de construção de sua personalidade. Portanto, uma boa educação em saúde, bem como um bom exemplo dos pais, familiares e professores, são essenciais para que uma criança não se torne fumante na idade adulta.

Benefícios ao parar de fumar

Quando comparadas com as pessoas que continuam a fumar, as que deixam de fumar antes dos 50 anos de idade apresentam uma redução de 50% no risco de morte por doenças relacionadas ao tabagismo após 16 anos sem fumar.
   
O risco de morte por câncer de pulmão sofre uma redução de 30 a 50% em ambos os sexos após 10 anos sem fumar; e o risco de doenças cardiovasculares (Derrame Cerebral e Infarto do Coração) cai pela metade após um ano sem fumar.

Fonte: Banco de saude

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