A intoxicação por medicamentos é responsável por 29% das mortes no Brasil e, na maioria dos casos, é conseqüência da auto-medicação. Em algumas situações ou em determinados pacientes estas complicações podem ser fatais, mas o normal é o agravamento de doença.
A automedicação é uma prática bastante difundida não apenas no Brasil, mas também em outros países. Em alguns países, com sistema de saúde pouco estruturado, a ida à farmácia representa a primeira opção procurada para resolver um problema de saúde, e a maior parte dos medicamentos consumidos pela população é vendida sem receita médica. Contudo, mesmo na maioria dos países industrializados, vários medicamentos de uso mais simples e comum estão disponíveis em farmácias, drogarias ou supermercados, e podem ser obtidos sem necessidade de receita médica (analgésicos, antitérmicos, etc.). A decisão de levar um medicamento da palma da mão ao estômago é exclusiva do paciente. A responsabilidade de fazê-lo depende, no entanto, de haver ou não respaldo dado pela opinião do médico ou de outro profissional de saúde.
Para encurtar os caminhos para a obtenção do alívio dos incômodos que o afligem, em inúmeras ocasiões, diante de quaisquer sintomas, especialmente os mais comuns como aqueles decorrentes de viroses banais, o brasileiro se vê, de pronto, impulsionado a utilizar os medicamentos populares para gripe, febre, dor de garganta, etc.; ou a procurar inicialmente orientação leiga, seja dos amigos íntimos ou parentes mais experientes ou até mesmo do farmacêutico amigo, à busca de solução medicamentosa. A mídia televisiva e vários outros meios de comunicação e propaganda como o rádio ou "outdoors" insistem com seus apelos a estimular a todos a adotar tal postura, inserindo no final da propaganda a sua tradicional frase "persistindo os sintomas um médico deve ser consultado", como se isso os isentasse de toda e qualquer responsabilidade.
A automedicação é a terceira causa de internação por alergia ou intoxicação aos medicamentos. Os principais vilões são os antiinflamatórios, analgésicos e antibióticos, alguns vendidos livremente porque não há necessidade de receita médica. Os principais sintomas da reação alérgica ao medicamento são inchaços nos olhos e na boca e manchas vermelhas. O tempo de reação após a automedicação pode acontecer minutos após a ingestão do medicamento e até mesmo depois de semanas. As pessoas podem desenvolver reações alérgicas mesmo que já tenham tido contato com aquele medicamento antes. Além disso, recentes estudos mostram que uma série de substâncias ditas "inocentes", como cremes de ginseng, têm ação proliferativa endometrial (no útero), podendo levar a quadros hiperplásicos que algumas vezes podem representar lesões precursoras de adenocarcinoma (câncer).
A automedicação pode mascarar diagnósticos na fase inicial da doença. Exemplo marcante é no diagnóstico de apendicite aguda. O doente inicia com um quadro frusto, se automedica com antibióticos. Como conseqüência, a apendicite aguda em fase inicial, que se resolveria com uma apendicectomia, (cirurgia para retirar o apêndice), tecnicamente fácil, pode evoluir para um quadro de peritonite grave com conseqüências às vezes funestas. Outro exemplo relevante é o uso abusivo de antibióticos, sem qualquer critério. Além de freqüentemente ser desprovido de eficácia, pode facilitar o aparecimento de cêpas de microorganismos resistentes, com óbvias repercussões clínicas e prognosticas.
Na hora de se medicar, evite tomar remédios por conta própria ou seguir conselhos de amigos ou balconistas de farmácia. A pessoa mais indicada para receitar um medicamento é o médico. A auto-medicação pode ter efeitos indesejados e imprevistos, pois o remédio errado além de não curar pode piorar a saúde.
Evite comprar medicamentos em feiras, camelôs e em farmácias e drogarias que você não conhece. Fique atento também com promoções e liquidações, pois preços muito baixos podem indicar que o medicamento tem origem duvidosa.
Não esqueça de verificar na embalagem do remédio:
* Se consta a data de validade
Não esqueça de verificar na embalagem do remédio:
* Se consta a data de validade
* Se o nome do produto pode ser lido facilmente.
*Se não há rasgos, rasuras ou alguma informação que tenha sido apagada ou raspada
* Se consta o nome do farmacêutico responsável pela fabricação e o número de sua inscrição no Conselho Regional de Farmácia. O registro do farmacêutico responsável deve ser do mesmo Estado em que a fábrica do medicamento está instalada.
* Se consta o número do registro do medicamento no Ministério da Saúde;
* Se o número do lote, que vem impresso na parte de fora, é igual ao que vem impresso no frasco ou na cartela interna;
* Se você suspeitar que o remédio é falsificado, ligue para o Disque Saúde e peça orientação. O número é 0800-611997 e a ligação é gratuita.
Fonte: naenfermagem.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário